Friday, October 18, 2013

Saudade

Com a casa vazia, com o tempo e a paz que eu tanto queria, e sentindo saudade. Uma saudade imensa... do barulho, do caos, da correria, de todas as vozes ecoando nos meus ouvidos sem me deixar pensar. Eu não queria pensar agora.

É engraçado como a gente só sente falta da presença quando consegue, enfim, sentir a ausência. Sentir a ausência mesmo, na pele, nos olhos. No espaço. Tenho vontade de chorar. Tenho vontade de abraçar. Tenho vontade de comer, engolir e me fartar da doçura que é estar rodeada das pessoas que amo.

Hoje, pela primeira vez, senti ciúmes de você. Queria saber como você está, como foi a sua vida até aqui, como você se sente. De verdade. Saber eu sei, claro. Mas queria ter certeza, como tenho certeza do que sinto. Certeza de que você gosta de mim e me quer na sua vida tanto quanto eu te quero na minha. Pra sempre. Ou até quando der. E até quando não der mais também. Certeza de que não vou te largar nunca, nem por morte ou por decreto, nem se você me largar. Certeza de que te amo e de que, se um dia a gente se separar, eu vou sofrer feito uma condenada, mas ainda assim não vou te largar. Pior do que uma condenada. Pior do que um corredor da morte! Eu vou sangrar, eu sei que vou sangrar como nunca antes na vida. Vai me doer bem lá no fundo, onde fica a esperança. No meio da avenida principal do coração, entre a fé e o amor. Na esquina com a doçura. No centro da cidade mesmo, na praça, na padaria, na igreja, na sorveteria, no cinema... no meu bairro. Na minha casa, na minha identidade. Em mim. Entende?

Ah, a certeza...

Essa certeza que nunca vem e que nunca virá, porque nada nunca está garantido pra ninguém e a vida é um eterno carrossel, uma montanha-russa, uma roda gigante, um redemoinho que não para de girar e que carrega a gente pra dentro e mistura tudo, a gente querendo ou não. Um dia se está nas nuvens, no outro, nos porões do inferno.

Ah, a certeza...

A certeza de que eu vou ser pra sempre sua.

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