Você não acredita em coisa alguma, eu acredito numa só coisa: o impossível. Nossas almas se alimentam do absurdo. Você cultua o invisível e flutua no abstrato. Eu tenho atração pela loucura, pelo drama, até pelo ridículo. Seus escritos se mesclam aos meus, formando um só livro na minha estante.
Mares distintos que navegam pelo mesmo enorme oceano. Se misturam, se confundem. Mas ainda assim são sós, únicos, ímpares. E de vez em quando se encontram, pares, no mesmo cais de porto.
Tenho me visto mais, me sentido mais. Prestado mais atenção aos meus arrepios, aos meus medos, às minhas risadas, aos meus hematomas. Vivamente viva. Aprendendo, ensinando, tomando na cabeça, colhendo os louros, sofrendo, amando, me perdendo, curtindo, me jogando, me encontrando. Tô com as idéias a mil, mas aproveitando infinitamente cada segundo.
Ah, como é bom ter vida! Como é bom ter preocupações, rotina, trabalho... até planilha de orçamento agora eu tenho.