Friday, December 31, 2010

A cada dia, nasce um sol novo lá fora

"The sun is up, the sky is blue
It's beautiful and so are you
Dear Prudence, won't you come out to play?
Look around, round, round, round..."

Meu chefe diz que eu acredito no sistema. Ainda acredito, mesmo. E ando acreditando mais nas pessoas também. Não por causa das muitas e muitas, mas das poucas. As poucas e boas.

Saturday, December 25, 2010

A nossa história já deu o que tinha que dar. Não me arrependo.

[...]

Não sei se me arrependo. Tá bom, talvez eu me arrependa.

[...]

Só sei que já deu, já foi, já era. Tava tudo muito acomodado, conveniente demais, muito confortável pra você. Até tentei não me desiludir, não me desencantar, juro. Como tantas juras são feitas e desfeitas em corações por esse mundo afora. Mas quando eu me desencanto, não tem muito mais jeito não. O encanto se quebra. Acaba o ritmo, acaba a música, acaba o samba. Só você insiste em não perceber, amor. Acaba o motivo, a causa, a razão. Assim, sem repeteco, sem bis.

Não gosto desse negócio de ter que dizer que estou "enrolada" com alguém. Ou "vamos ver até quando..." estarei. Não sou eu que estou enrolada, é você, querido. É você que não sabe ou não tem coragem de enfrentar as situações da vida com a hombridade necessária. O que, me perdoe a franqueza, é imaturidade demais pra mim. Acaba com o meu respeito e com a minha admiração por você, entende? E isto eu não posso suportar.

Ah, não tenho muita paciência com homem que não sabe o que quer... quero alguém de verdade. Só quero se for assim.

Senão, obrigada, passo.

Wednesday, December 22, 2010

Tinta

Não, não apague!

[...]

Por favor, não apague, eu peço. Eu rogo, eu suplico, eu anseio... preciso que você não apague. Não apague nada. Nunca. Senão - pretensiosamente ouso confessar que - eu me sentiria um borrão, um rascunho, um papel levemente amassado pela fricção da borracha, consumido por rabiscos fracos e ininteligíveis e impregnado por distantes lembranças do que um dia ali foi escrito. Esquecido no fundo do armário, numa gaveta, num bloco qualquer, ou pior, numa solitária e vazia lixeira.

Por isso, mais uma vez eu te peço: não apague!!!!! Porque sim. Porque não. Porque talvez. Porque nunca. Porque sempre. Ah, porque sempre...

E porque poesia não se apaga.

Friday, December 03, 2010

Mecanismo de defesa

Sabe aquela abertura do Rá-tim-bum, cheia de engenhocas, em que uma coisa vai levando à outra, num processo necessariamente encadeado em que tudo se interconecta numa sequência lógica projetada?

Então, é só sentir o aroma do descaso no ar que tudo involuntariamente se desenrola. O cheiro de ausência reage com o ambiente antes colorido e provoca uma reação química, que produz uma acidez insuportável no estômago, que por sua vez leva a uma combustão de sentimentos reprimidos, que causa uma explosão, que solta faíscas de raiva no ar, que impulsionam um balão para o alto, que se choca com as nuvens e o céu se desmancha em lágrimas, causando uma anestesia defensiva temporária.

É um padrão recorrente meu que eu já percebi e identifiquei. Sozinha.

A única diferença é que eu não sou o ratinho feliz e a música tocando de fundo não é alegre.