Wednesday, May 16, 2007

Sem sal

De tudo, só sobraram os vícios e os defeitos.

Tuesday, May 08, 2007

Coração em banho-maria

Acho que estão cozinhando, e eu esperando chegar no ponto certo. O meu coração perdido no trânsito, entre os carros. Verde: siga, sem reservas. Vermelho: pare sem dar explicações. Amarelo: atenção, esses são os piores. Me perco no fluxo e a poluição turva minha visão. Não sei se sigo, páro ou espero. Quando penso em mudar de faixa, não consigo. Ultrapassar nem pensar. Ficar abaixo do limite de velocidade também não. Acho que eu queria ser um feliz e solitário pedestre, caminhando sem rumo, sem me deixar levar pela loucura da cidade. Mas tenho pressa. Não quero pão com manteiga, eu quero doce. Um pudim inteiro, só pra mim. Ser egoísta às vezes faz bem.

Verde, vermelho ou amarelo? Amarelo, definitivamente amarelo. E um lanche pra viagem, por favor.

Monday, May 07, 2007

Essa tal felicidade...

"Essa felicidade que supomos árvore maravilhosa que sonhamos toda arredada de dourados pomos existe sim, mas não a alcançamos porque está sempre apenas onde a pomos e nunca a pomos onde nós estamos."
A gente nunca tem consciência do quanto é feliz enquanto ainda é feliz. Eles. Não sei se eles sabem o quanto são importantes pra mim. Não sei se eles sabem que cada um deles já salvou muitos dias meus. Não sei se eles sabem o quanto eu me preocupo com eles. Não sei se eles sabem que eu também torço junto pelos sonhos deles. Não sei se eles sabem que a escola, o colégio e a faculdade foram épocas felizes pra mim por causa deles. Não sei se eles sabem que mesmo as nossas brigas são demonstrações de carinho. Não sei se eles sabem que fazem a minha vida mais feliz só de estarem nela. Não sei se eles sabem que, aonde quer que eu vá, os levo sempre comigo. Não sei se eles sabem que eu agradeço todos os dias por tê-los conhecido. Não sei se eles sabem que eu me conforto só em saber que pessoas como eles existem. Eu quero que eles tenham certeza.

Se eu juntar todos, tenho o meu coração.

Friday, May 04, 2007

Tempestade em copo d'água

Se todo mundo sabe que o amor sempre acaba, por que é que a gente ainda assim continua procurando? No fundo somos todos masoquistas. Procuramos diferentes jeitos de sofrer. Solidão a dois, isso sim. Quando a gente se preserva com medo de sofrer, está sendo fria demais. Quando a gente dá a cara a tapa, está se expondo demais. Qual é, então, a medida das coisas? Que merda! Estou cansada. Cansada de tentar, de procurar, de me contentar. Comigo é na base do tudo ou nada. Se tiver que aparecer, aparece logo, porra.

Não é possível, deve haver alguém em algum lugar que está só esperando por mim. Alguém que admire as minhas qualidades, releve os meus defeitos, brigue comigo de vez em quando, pra gente fazer as pazes depois e, um dia, vire um ex, com quem eu vou me encontrar 5 anos depois e relembrar tudo com uma certa melancolia.

Nossa, como eu sou patética.

Thursday, May 03, 2007

Meu inferno particular

Será que o meu amor sempre esteve bem debaixo do meu nariz e eu não vi? Será que ele escrevia poemas esse tempo todo e só eu não reparei? Será que ele só esperava por mim enquanto eu esperava por outro? Será que ele vai ter coragem de me perguntar o que eu acho disso tudo? Será que ele sabe que eu estou só esperando ele me perguntar?

Por que os homens fingem não saber que o que toda mulher espera é um sincero e atrevido gesto de amor?

Tantos planos

Eu adoro o seu jeito de dançar. Eu já descobri a blusa que vou roubar de você quando a gente namorar. Eu fico lembrando das intermináveis discussões filosóficas que a gente vai ter. Você diz que eu sou hiperbólica, ao invés de exagerada. Eu já sei qual vai ser a nossa música. Eu fico bolando coisas que a gente ainda vai fazer. Eu fico ansiosa pelo final de semana que um dia vou passar na sua casa. Eu tenho saudade das lembranças que a gente vai ter. Eu ouço os conselhos que ainda vou te pedir. Eu mal consigo esperar pelas viagens que a gente vai fazer. Eu não vejo a hora de você perceber que eu vou te fazer feliz.

Tuesday, May 01, 2007

Insônia

Foi um lindo começo. Você, desconfiado, sem jeito e quase calado. Eu, falante, nervosa e atrevida. Uma sem-graceza e uma fuga repentina. Um surto de medo e coragem. Meu plano era deixar você pensar o que quisesse, meu plano era deixar você pensar. Meu plano era deixar você falar o que quisesse, meu plano era deixar você falar. Coisas sem sentido, sem motivo e sem querer. Andei fazendo planos pra você. Uma surpresa. Um abraço caloroso e um beijo cuidadosamente roubado. Hipérboles ou eufemismos? Exagerada, eu sou mesmo exagerada. Engano seu, achar que fosse brincadeira. Engano seu. Não é fácil não pensar em você. É, ainda boto fé de um dia te ter ao meu lado. Como será quando a gente se encontrar? Deixa ser como será.

"Preciso não dormir até se consumar o tempo da gente. Preciso conduzir um tempo de te amar te amando devagar e urgentemente. Pretendo descobrir no último momento um tempo que refaz o que desfez, que recolhe todo o sentimento e bota no corpo uma outra vez. Prometo te querer até o amor cair doente, doente. Prefiro então partir a tempo de poder a gente se desvencilhar da gente. Depois de te perder, te encontro com certeza. Talvez num tempo da delicadeza, onde não diremos nada, nada aconteceu. Apenas seguirei, como encantado ao lado teu."