Wednesday, June 30, 2010

Camiseta do Batman

Ah, uma camiseta do Batman! Uma camiseta velha, desbotada e surrada dos anos 80, que antes foi do meu primo, quando criança. Passou para o meu irmão. Agora é minha. Devidamente surrupiada às escondidas. Vintage? Não sei. Gosto de pensar que é relíquia de família. Tipo "As Jóias da Coroa", só que bem [beeeeeem] mais humilde e singela.

Usei hoje. Com botas de cowboy, a despeito dos olhares de reprovação do meu irmão [rs]. Ok, é que eu ando num cowboy-mood ultimamente... não sei, botas de cowboy e camisas xadrez têm me seduzido muito, sem qualquer explicação plausível. Mas, mais do que moda, acho que é o jeito country de ser mesmo. Tudo bem, eu sei que é cômico, pode rir! Mas tem um algo de familiar, um quê de cidade pequena, de memórias mesmo.

E me peguei lembrando dos meus tempos de criança, das brincadeiras, dos desenhos que eu assistia, dos aniversários na casa da minha avó, das tardes com os meus primos, dos amigos, dos inimigos, dos bolos e brigadeiros, dos dentes-de-leite, das birras, dos tombos de bicicleta, das fotos clássicas comendo melancia, das quadrilhas em festa junina na escola, de tudo...

A poesia singela do dia-a-dia me encantando, como sempre.

Friday, June 18, 2010

Movimento Circular Uniforme

Dois trens partem em trajetória circular uniforme, cada um em seu próprio ritmo. Como os ponteiros de um relógio, um levando as horas, outro levando os minutos. Cada trem carregando seu passageiro. Cada passageiro carregando seu coração. Como os planetas, ao mesmo tempo em rotação e em translação, cada um com seus satélites e luas próprios. É a trajetória da vida, das estações, das paradas inesperadas, dos desvios pelo caminho, dos acidentes na estrada, do tempo e do espaço. Por mais que se queira negar, é um ciclo vicioso. Às vezes, passam pelos mesmos locais, pelas mesmas placas, pelos mesmos sinais. Só que os vêem diferentes. Fazem o mesmo trajeto, o mesmo circuito, o mesmo itinerário. Trilham o mesmo caminho. Porém em momentos diferentes, com olhos diferentes. Seus faróis iluminam o percurso cada um à sua maneira. São chegadas e partidas, encontros e despedidas. Mas o destino, quando acha que deve, reserva conexões, baldeações, interligações. São momentos mágicos em que a vida caprichosamente permite que os ponteiros se encontrem, se acertem, se sobreponham como se fossem um só. Que os trens se deixem desembalar e se reúnam na estação. Que os planetas compartilhem seus ciclos viciosos e coincidam num mesmo ponto. Tudo no universo parece conspirar para que eles se ajustem perfeitamente. Esses momentos podem ocorrer de tempos em tempos, ciclicamente, como o nascer do sol, ou apenas uma única e especial vez, como um eclipse. E ali, por apenas aquele único segundo, um singelo momento, o encontro é perfeito. A sintonia é completa. E a plataforma da estação parece se esvaziar só para presenciar aquela conjunção de fatores sublimes. Para depois se encher de novo de pessoas, de pressa, de correria, de vida... e recomeçar a viagem.

E fica a mágica no ar das engrenagens dos relógios nos pulsos pelas estações do mundo afora.

Monday, June 14, 2010

Um adorável ladrão

Você disse que me ler te faz escrever. Te ler me faz ficar sem palavras! É como se você delicadamente as roubasse de mim, sabe? Escrever, eu escrevo... escrevo, escrevo e escrevo. Mas não sai nada, entende? Não consigo colocar no papel nem um centésimo do que sinto ou do que gostaria de dizer [...]. E eu tento, ah, como tento! E não consigo fazer poesia como você, já me conformei. Acho que a minha poesia é em prosa mesmo.

Tô aqui, com zilhões de coisas na cabeça, notas musicais ecoando nos ouvidos, um monte de textos pra estudar, alguns cabelos brancos por nascer, tantas preocupações encobrindo meu sorriso... mas tenho pensado bastante em você.

E em LEGO também, é bom que se diga! Rs...

ps: Quando tiver chance, ouça "Minha Casa", de Zeca Baleiro.