Thursday, November 25, 2010

Ventos sopram

E, quem diria, novembro chegou trazendo tanta esperança...

Wednesday, November 24, 2010

A espera cansa

Eu cansei de te esperar, o meu coração cansou de ansiar, a minha pele cansou de sentir... e o amor secou na espera.

E digo isso não com qualquer mágoa ou arrependimento, mas com sorriso no rosto. Sorriso de dever cumprido, de tentativa e erro. Eu tentei, eu tentei, Deus sabe que eu tentei. Ainda que à distância e sutilmente, eu tentei. Te mandei as minhas melhores cartas de amor e os meus sentimentos mais sinceros. Torci pra que você respondesse. Muito! Mas os meus pensamentos colidiam com a sua porta, ao invés de serem convidados a entrar. E o coração só consegue aguentar até um limite... senão se despedaça, esfacelado de vez.

E é por isso que eu o recebo com um sorriso. Você, meu hóspede que por tanto tempo habitou este lugar. Para, e só para, preservar o meu coração, que ainda tem tanto pra dar.

Monday, November 01, 2010

Em off:

Pensei em largar tudo, em fugir para um templo budista, em sair toda noite até cansar, em enterrar a cabeça na terra e nunca mais sair, em viver de brisa e sorvete pro resto da vida, em desaparecer pelo mundo, em tomar um porre inesquecível, em mudar de ares, de carreira e até de corte de cabelo. Chorei até inchar o olho, cozinhei com música, fiz uma sessão de cinema espontânea com as pessoas mais incríveis do mundo, viajei, li todas as revistas da casa, dancei com desconhecidos, comi um omelete engordadoramente mergulhado em óleo, fiz planos com um gringo, hidratei o cabelo e até me rendi e assisti Crepúsculo e Lua Nova - seguidos!

Nunca me senti tão... Alice. Deixei a cidade e os acontecimentos me invadirem. Ainda que violentamente. Porque, afinal de contas, a dor precisa de espaço para ocupar. Grande parte da "dor" que sentimos é pelo esforço em tentar impedir, adiar, evitar a dor. Uma dor que é inevitável, avassaladora. E que tudo o que quer é exatamente ocupar esse vácuo que existe dentro da gente. Então, o melhor a fazer é não resistir e deixá-la entrar. Mergulhar na mais profunda e dolorida dor, seja ela de qual sorte for. E foi isso: deixei a dor tomar conta do meu corpo para depois tirá-la completamente de mim. E é só isso que ela merece: alguns poucos dias. E depois tudo se esgota. Os olhos secam. E a gente ressurge novo, renascido, pronto para levantar. Simplesmente acorda um dia como se nem tivesse sentido nada.

Porque às vezes ficamos tão ocupados pensando num problema que não conseguimos ver tantas outras coisas que podem nos acontecer. Tantas distrações, chamados, eventos, fatos e tudo o mais que poderia perfeitamente entrar nessa categoria. De vez em quando a gente precisa prestar mais atenção aos sinais que a vida nos dá, às vibrações que ecoam pelo mundo na nossa direção, à mão estendida de algo maior à nossa frente, aos raios que nos atingem, às fagulhas que espirram na gente. Mesmo que seja em forma de uma queimadura de sol.