Desenhos ilustrando os vazios da minha imaginação, livros enfeitando a estante da minha alma, filmes fazendo companhia pra minha solidão. Citações, trechos, frases, palavras. Ecoando em meus ouvidos. Roteiros. A minha boca quer falar... mas não consegue. É um balbuciar quase que infantil, até. É como o badalar de um sino, um tic-tac ritmado e impaciente que não perdoa ninguém. O relógio me lembrando que o tempo está correndo e não pára. Amigos me surpreendendo com demonstrações de carinho e preocupação, se tornando cada vez mais próximos e essenciais. Outros nem tanto. Mas a vida é assim... ao mesmo tempo terna e hostil. As pessoas se vão, as marcas ficam.
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Meu Deus, por que as pessoas são assim? Somos patéticos, é o que somos. Todos. Quando não temos vontade de mandar tudo pelos ares, ficamos numa sentimentalidade emotiva barata. É tudo tão frágil que a melancolia me abalroa impiedosamente, como um ônibus lotado, me atinge em cheio. E eu me sinto jorrando pérolas sem ninguém para acolhê-las, aninhá-las em seu peito. Eu sinto falta de pessoas assim, sabe? Pessoas que eu não conheci e talvez nunca conheça, mas que me fazem uma falta quase que materna. Fica o gosto de uma ausência órfã. E um cheiro amargo de mato infecundado, ao invés de plantação.
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Às vezes fico pensando sobre o porquê de tantas coisas, tantas dúvidas. Por que os garotos interessantes desta vida parecem caprichosamente não me encontrar? E, pior, por que não me reconhecem quando me encontram? Por que cinema ainda não é matéria obrigatória nas escolas? Por que não põem molho de tomate em tudo, absolutamente tudo? Por que o amor é tão filho-da-puta assim com a gente? Por que eu não consigo mais estudar, de jeito nenhum? Será que já cheguei a esse ponto de exaustão com a vida? Por que ainda não inventaram sementes de consolo? Pra que a gente possa colher um confortozinho de vez em quando, por quê? Por que não caem chuvas de morango, para avermelhar as nossas tardes? Por que um tempo que passa tão depressa assim parece se arrastar tanto?
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Tô aprendendo a me conhecer de novo, a me acostumar comigo.
4 comments:
Voltando pra casa ontem, dirigindo o carro, com o som (sempre) no talo, eis que uma das melhores músicas do mundo toca aleatoriamente no meu ipod. A hora era propícia e ela dizia: "I want something good to die for, to make it beautiful to live. I want a new mistake, LOSE IS MORE THAN HESITATE".
É quase que um mantra pra mim. Ficou no repeat 3 vezes.
Vamos buscar essa coisa boa pra gente ter uma morte feliz e uma vida linda? Vamos? Chega dessa vidinha mais-ou-menos. Somos responsáveis pela nossa própria felicidade, né não?
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Nossa, adorei. É exatamente isso, tava faltando alguma coisa... seja pra morrer cambaleantemente, seja pra viver feliz e estrogonoficamente! Rs...
Acho que essa coisa toda de morte de artista jovem me deu inconscientemente um estalo, sabe? A gente perde muito tempo com coisas que não interessam, com pessoas que não valem o chão que pisam!!! Sim, isso tudo existe e faz parte da vida. Mas deve ficar no seu lugar de direito, o secundário.
E ameeeeeeei o mantra!!!! Adotei.
Amores, que sublime!!!!!!!
Estou passada!
VOCÊS SÃO DEMAIS!!! ESTROGONOFICAMENTE SENSÍVEIS E SÁBIAS!
#amomuitotudoisso
Hahahahaha... NÓS somos demais, né Maricota?!!! Vocês são o ar que eu respiro, sem exagero nenhum.
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