Adiamento, procrastinação, retardamento. Tempo passando em câmera lenta. Energia motora interrompida por uma razão maior. Estado de torpor enquanto o tempo avança. Passageiro congelado enquanto a viagem segue. Movimentos suspensos em esperança delirante. Vida estática paralisada dentro do corpo. Tal qual o remédio que falseia a morte dado pelo Frei a Julieta. Paralisia por sobrevivência. Espera por vida.
Mas o que fazer quando a gente cansa de esperar?
"Somos demasiado frívolos: buscamos o atordoamento das mil distrações, corremos de um lado a outro achando que somos grandes cumpridores de tarefas. Quando o primeiro dever seria de vez em quando parar e analisar: quem a gente é, o que fazemos com a nossa vida, o tempo, os amores. E com as obrigações também, é claro, pois não temos sempre cinco anos de idade, quando a prioridade absoluta é dormir abraçado no urso de pelúcia e prosseguir, no sono, o sonho que afinal nessa idade ainda é a vida."
[Lya Luft.]
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